A sua lista de compras está vazia.
Na Offic de Antonio Vicente da Silva, Lisboa. 1760. In-8º de (32)-475 págs. Encadernação do séc. XIX, meia francesa em pele castanha com rótulo de ordem de estante na lombada. Carimbo de posse a óleo no frontspício e ante-rosto, coevo à encadernação. Mantem a sonoridade original do papel saudável.
QUARTA EDIÇÃO, muito rara desta muito importante obra da bibliografia brasiliana, considerada por alguns bibliografos o PRIMEIRO ROMANCE BRASILEIRO (no domínio do romance alegórico de fundo moral e espiritual, bem ao gosto do barroco) em que descreve, de forma devocional, a vida quotidiana da Bahia e de Minas Gerais durante o período do ciclo do ouro brasileiro.
Inocêncio, VI, 315 e XVII, 214;
Borba de Moraes in Bibliographia Brasiliana (1983);
Palmira Morais Rocha Araújo, in Dicionário de Autores no Brasil Colonial (Colibri, 2003);
Barbosa Machado, in Biblioteca Lusitana (1752);
N. M. Pereira in Compêndio Narrativo do Peregrino da América (1939).
O autor (Cayru-Brasil 1652 - 1733?) deste muito importante título, remete-nos através desta obra, aspectos curiosos sobre os locais que atravessa, para castigar vícios e pecados no Estado do Brasil, fornecendo informação sobre a sociedade brasileira da época, com incursões em domínios como a poesia e a música. Constituiu um enorme êxito popular, tendo sido a obra de maior divulgação no Brasil durante o século XVIII.
Borba de Moraes, regista na «Bibliographia Brasiliana» as cinco edições impressas durante o século XVIII, e dá pormenorizada informação na «Bibliografia Brasileira do Período Colonial» a propósito dos erros gerados por Inocêncio, Sacramento Blake e José Carlos Rodrigues.
Palmira Morais Rocha Araújo, no seu Dicionário de Autores no Brasil Colonial diz-nos:
"... Através da análise do 'Compendio Narrativo do Peregrino da América', ... comprova-se que o autor tinha bastantes conhecimentos de história sacra e profana, bem como de aspetos ligados às ciências naturais. O seu nome aparece quase em exclusivo ligado à referida obra que, como o próprio título indica, se trata de uma narrativa do percurso do 'peregrino' no espaço do nordeste brasileiro, transmitida através do diálogo com o ancião', símbolo da experiência humana. Procura demonstrar as virtudes da vida piedosa, ensinadas pela doutrina cristã, não deixando, meste contexto, de se preocupar com a sorte dos escravos e gente vagabunda ..."
Acrescenta o eminente bibliógrafo Borba de Moraes na «Bibliographia Brasiliana»:
" ... O 'Peregrino da América' foi considerado por alguns estudiosos como o primeiro romance brasileiro, opinião que não é mais compartilhada pelos estudiosos modernos da literatura brasileira. "Varnhagen foi o primeiro a chamar a atenção dos estudiosos para esta obra esquecida, um livro de um brasileiro sobre o Brasil, amplamente lido no século XVIII e de grande importância hoje pelo retrato que oferece da vida social, dos usos e costumes da população baiana e mineira naquela época. Parece que o 'Peregrino da América' ainda era lido na Bahia no início do século XIX, e, de fato, Lindley conheceu um inglês católico chamado Gordon na Bahia, que lhe recomendou a leitura (Narrativa autêntica... p. 116). Varnhagen notou que os exemplares que viu estavam usados por muitos leitores. (...). "A primeira edição é muito rara, as outras são menos raras, mas não são comuns. Exemplares em bom estado são difíceis de encontrar porque todas as edições, exceto a primeira, foram impressas em papel de baixa qualidade ...".