Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, 1964. In-8º de 35-(1) págs. Brochado. Capa de brochura ilustrado com xilogravura de José Pádua.
Primeira edição do livro de estreia de José Craveirinha (Prémio Camões, 1991).
"... José Craveirinha nasceu em 1922, na antiga cidade de Lourenço Marques, no seio de uma família modesta, com pai algarvio e mãe moçambicana. José foi obrigado a abandonar os estudos após a conclusão da escola primária, para que o irmão mais velho fizesse o liceu, mas manteve a paixão pela leitura. Começou a trabalhar como jornalista no Brado Africano e mais tarde colaborou com o Notícias, a Tribuna, o Notícias da Beira, a Voz de Moçambique e o Cooperador de Moçambique. Foi neste último que publicou uma série de artigos ensaísticos sobre folclore moçambicano. Apesar de todo o trabalho importante desenvolvido na área da investigação, foi na lírica que Craveirinha se revelou verdadeiramente talentoso.
Estreou-se na poesia em 1955, com a publicação de poemas no Brado Africano. Seguiram-se inúmeras colaborações no plano literário com jornais de Moçambique, Angola, Portugal e Brasil. ‘Chigubo’ é o seu livro de estreia, editado em Lisboa, em 1964, pela Casa dos Estudantes do Império, que foi apreendido pela PIDE. Entre 1965 e 1968, partilha a cela da prisão com Malangatana e Rui Nogar, nomes importantes da cultura daquele tempo. Presente em qualquer antologia lusófona, a sua poesia reflete a influência surrealista, mas é marcada pela cultura moçambicana e reflete sobre as questões sociais. Craveirinha conquistou prémios em Moçambique, Itália e Portugal. Recebeu condecorações do presidente português Jorge Sampaio e do presidente moçambicano Joaquim Chissano. Um reconhecimento que teve a sua maior expressão com a atribuição do prémio Camões, em 1991. Morreu em fevereiro de 2003 ..." (Tânia de Melo, RTP Memória, 2003).