Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1985. In-4º de 113 págs. Br. Cadernos por abrir,
PRIMEIRA EDIÇÃO.
"Os livros de contas cuja publicação agora iniciamos são quanto, da espécie, circunscrição e período, chegou aos nossos dias. Instrumentos base da verificação da actividade dos diversos oficiais da fazenda, iam depois recolhendo aos armários da Casa da Coroa, onde o Terramoto de 1755, com todo o arquivo, os soterrou nos escombros do castelo. Não podemos hoje averiguar quantos teriam desaparecido antes, mas afigura-se lícito supor que alguns estragos causou: o livro dos quintos da Ribeira Brava de 1536, por exemplo, localizámo-lo em pedaços nas pastas dos Fragmentos.
No mesmo acervo de salvados, beneditinamente recolhidos por Manuel da Maia e seus homens, foi possível encontrar outras folhas, que se juntaram aos livros a que pertenciam. No Corpo Cronológico havia folhas, cadernos e mesmo um livro inteiro — o do almoxarifado dos quartos de 1504-1505. Outros livros, no entanto, desde logo tinham sido incluídos no Núcleo Antigo, alguns deles com falta de folhas, que em parte foi possível reconstituir.
O facto de só agora haver sido feito este trabalho sugere que a documentação a publicar não tem suscitado interesse; e, na verdade, pelo menos em trabalhos impressos não a encontrámos referenciada. A sua importância, de que adiante falaremos, merece estudo pormenorizado e profundo, não apenas numa perspectiva regional como global. Deve acentuar-se também que, além dos elementos nela constantes, proporciona um conhecimento bastante nítido da escrituração fazendária na primeira metade de Quinhentos."